terça-feira, 30 de junho de 2020


´CENTRO EDUCACIONAL 06 – GAMA /DF
PROF: DENYS FERREIRA DA COSTA
DISCIPLINA: FILOSOFIA
TEXTO BASE PARA ATIVIDADE II      (3º SÉRIE)
ALIENAÇÃO
A PALAVRA ALIENAÇÃO VEM DO Latim alienare, “tornar algo alheio a alguém, isto é , tornar algo pertencente a outro” 
Hoje  esse termo é usado em diferentes contextos  com significações distintas :              
Em Direito — designa a transferência da propriedade de um bem a outra pessoa. Nesse sentido, costuma-se dizer que “os bens do devedor foram alienados”;

Em psicologia — refere-se ao estado patológico do indivíduo que se tornou alheio a si próprio, sentindo-se como um estranho, sem contato consigo mesmo ou com o meio social em que vive;
• na linguagem filosófica contemporânea — corresponde ao processo pelo qual os atos de uma pessoa são dirigidos ou influenciados por outros e se transformam em uma força estranha colocada em posição superior e contrária a quem a produziu. Nesta acepção, a palavra deve muito de seu uso a Karl Marx.
O termo alienação foi utilizado inicialmente por Hegel para designar o processo pelo qual os indivíduos colocam suas potencialidades nos objetos por eles criados. Significaria, assim, uma exteriorização da criatividade humana, de sua capacidade de construir obras no mundo. Nesse sentido, o mundo da cultura seria uma alienação do espírito humano, uma criação do indivíduo, que nela se reconheceria.
Diferentemente de Hegel, Marx identificou dois momentos distintos nesse processo de exteriorização da criatividade:
objetivação — primeiro momento, que se refere especificamente à capacidade da pessoa de se objetivar, de se exteriorizar nos objetos e nas coisas que cria, o que é algo próprio do saber-
-fazer humano;
alienação — segundo momento, aquele em que o indivíduo, principalmente no capitalismo, após transferir suas potencialidades para seus produtos, deixa de identificá-los como obra sua, Os produtos “não pertencem” mais a quem os produziu. Com isso, são “estranhos” a ele, seja no plano psicológico, econômico ou social.
Na sociedade contemporânea, o processo de alienação atinge múltiplos campos da vida humana, Impregnando as relações das pessoas com o trabalho, o consumo, o lazer, seus semelhantes e consigo mesmas. Vejamos alguns aspectos dessas relações alienadas, seguindo, em linhas gerais, a análise do psicanalista alemão Erich Fromm [1900-1980] em Psicanálise da sociedade contemporânea p. 128-147).
Trabalho alienado
Nas sociedades atuais observa-se que a produção econômica transformou-se no objetivo imposto às pessoas, isto é, não são as pessoas o objetivo da produção, mas a produção em si. Nas palavras do filósofo francês contemporâneo Luc Eerry (1951)
[...] a economia moderna funciona como a seleção natural em Darwin: de acordo com uma lógica de competição globalizada, uma empresa que não progrida todos os dias é uma empresa simplesmente destinada à morte. Mas o progresso não tem outro fim além de si mesmo, ele não visa a nada além de se manter no páreo com outros concorrentes. [FERRY, Aprender a viver — filosofia para os novos tempos, p. 247.]
Essa mentalidade desenvolveu-se desde o século XVII, quando teve início a industrialização da economia. Esse processo significou não apenas a introdução de máquinas na produção econômica, mas também estabeleceu novas formas de organizar o trabalho seguindo a Lógica de lucro, de tal maneira que as relações sociais passaram a ser regidas pela economia, e não o contrário. Essa tendência acentuou-se a partir do século XIX, quando o trabalho na maioria das indústrias tornou-se cada vez mais rotineiro, mecânico, automatizado e especializado, subdividido em múltiplas operações. Os empresários industriais visavam, com isso, economizar tempo e aumentara produtividade.
Como exemplificou o economista escocês Adam Smith 1723-17901, na fabricação de alfinetes, um operário puxava o arame, outro o endireitava, um terceiro o cortava, um quarto o afiava, um quinto o esmerilhava na outra extremidade para a colocação da cabeça, um sexto colocava a cabeça e um sétimo dava o polimento final.
Essa forma de organização do trabalho em linhas de operação e montagem) foi, posteriormente, aperfeiçoada pelo engenheiro e economista estadunidense Frederick Taylor [1856-1915], cujo método ficou conhecido como taylorismo. A principal consequência do taylorismo é que a fragmentação do trabalho conduz a uma fragmentação do saber, pois o trabalhador perde a noção de conjunto do processo produtivo.
Essa forma de organização do trabalho — que conduz ao trabalho alienado — ainda pode ser observada em muitas empresas, onde o funcionário se restringe ao cumprimento de ordens relativas à qualidade e à quantidade da produção. Sempre repetindo as mesmas operações mecânicas, ele produz bens estranhos à sua pessoa, a seus desejos e suas necessidades.
Além disso, ao executar a rotina. do trabalho alienado, o trabalhador submete-se a um sistema  que, em grande parte, não lhe permite desfrutar financeiramente dos benefícios de sua própria atividade, pois a meta é produzir para satisfazer as necessidades do mercado e não propriamente do trabalhador Fabricam-se, por exemplo, coisas maravilhosas para uma elite econômica, enquanto aqueles que as produzem mantêm-se modesta ou miseravelmente. Produz-se “inteligência”, mas também a estupidez e o bitolamento nos trabalhadores.
Enfim, o trabalho alienado costuma ser marcado pelo desprazer, pelo embrutecimento e pela exploração do trabalhador Vejamos como Marx, em Manuscritos econômico-filosóficos, descreveu esse processo:
Primeiramente, o trabalho alienado se apresenta como algo externo ao trabalhador, algo que não faz parte de sua personalidade. Assim, o trabalhador não se realiza em seu trabalho, mas nega-se a si mesmo. Permanece no Local de trabalho com uma sensação de sofrimento em vez de bem-estar, com um sentimento de bloqueio de suas energias físicas e mentais que provoca cansaço físico e depressão. Nessa situação, o trabalhador sé se sente feliz em seus dias de folga enquanto no trabalho permanece aborrecido. Seu trabalho não é voluntário, mas imposto e forçado.
O caráter alienado desse trabalho é facilmente atestado pelo fato de ser evitado como uma praga; só é realizado à base de imposição. Afinal, o trabalho alienado é um trabalho de sacrifício, de mortificação. E um trabalho que não pertence ao trabalhador mas sim à outra pessoa que dirige a produção. [Primeiro manuscrito, XXIII. o • Mercado de personalidades
Atingido  pela alienação, o ser humano perde contato com seu eu genuíno, com sua individualidade. Transformado em mercadoria, como observou Fromm, o trabalhador sente-se como uma coisa” que precisa alcançar sucesso no mercado de personalidades” — sucesso financeiro, profissional, intelectual, social, sexual, político, esportivo etc, O tipo de sucesso perseguido depende do mercado no qual a pessoa quer “vender” sua personalidade.
Como o homem moderno se sente ao mesmo tempo como o vendedor e a mercadoria a ser vendida no mercado, sua autoestima depende de condições que escapam a seu controle. Se ele tiver sucesso, será “valioso”; se não, imprestável. O grau de insegurança daí resultante dificilmente poderá ser exagerado. [FROMM, Análise do homem, p. 73.]
Dominado por essa orientação mercantil alienante, conforme definição de Fromm, o indivíduo não mais se identifica com o que é, sabe ou faz. Para ele, não conta sua realização íntima e pessoal apenas o sucesso em vender socialmente suas qualidades.
Tanto suas torças quanto o que elas criam se afastam, tornam-se algo diferente de si, algo para os outros julgarem e usarem; assim, sua sensação de identidade torna-se tão frágil quanto sua auto- estima, sendo constituída do total de papéis que ele pode desempenhar: “Eu sou como você quer que eu seja”. (Análise do homem, p. 74.]
As relações sociais também ficam seriamente comprometidas. Cada pessoa vê a outra segundo critérios e valores definidos pelo ‘mercado de personalidades”. O outro passa a valer também como um objeto, uma mercadoria.
Um dos princípios que orientam as relações alienadas nas sociedades contemporâneas pode ser traduzido nestas palavras: ‘Não se envolva com a vida interior de ninguém”. Esse não envolvimento pode Levar a situações extremas de ausência de solidariedade social.
Consumo alienado
Como podemos definir o termo consumo? Consumir significa utilizar, gastar, dar fim a algo, para alcançar determinado objetivo O ser humano necessita de objetos exteriores para a sua sobrevivência e realização. Por isso, os indivíduos produzem, em sociedade, os objetos para seu consumo.
E o que seria consumo alienado? Antes de refletirmos sobre esse conceito, consideremos o brutal abismo socioeconômico que separa ricos e pobres no mundo inteiro.
Os 2,5 bilhões de indivíduos mais pobres — ou seja, 40% da população mundial — detêm 5% da renda global, ao passo que os 10% mais ricos controlam ’54%. Um a cada dois indivíduos vive com menos de 2 dólares por dia (patamar de pobreza e um a cada cinco, com menos de 1 dólar por dia (patamar de pobreza absoluta]. Essa informação nos mostra que, enquanto boa parte da humanidade enfrenta o drama agudo da fome, da falta de moradia, do desamparo à saúde e à educação, sem o mínimo necessário para sobreviver, uma minoria pode se dar o luxo de consumir quase tudo e esbanjar o supérfluo.
‘E aí que entra, como veremos, o conceito de consumo alienado, fenômeno que ocorre principalmente entre a parcela da população de bom poder aquisitivo, já que não tem muito sentido falarmos em consumo alienado entre a multidão de famintos, esmagada pela miséria.
Relação produção-consumo
Karl Marx observou que produção é ao mesmo tempo consumo, pois quando o trabalhador produz algo, além de consumir matéria-prima e os próprios instrumentos de produção, que se desgastam ao serem utilizados, ele também consome suas forças vitais nesse trabalho.
Por outro lado, completa Marx, consumo é também produção, pois os homens se produzem através do consumo. Isso se verifica de forma mais imediata na nutrição, processo vital pelo qual consumimos alimentos para ‘produzir” nosso corpo. Porém, o consumo nos produz não apenas no plano físico, mas também nos aspectos intelectual e emocional, como ser total.
Há, portanto, uma relação dialética entre consumo e produção. Isso fica ainda mais evidente quando se considera que a produção cria não só bens materiais e não materiais, mas também o consumidor para esses bens. Ou seja, quando se produz algo, é preciso que alguém consuma essa produção. Temos, então, a tríade produção-consumo-consumidor. Por isso, a publicidade (divulgação de produtos nas diversas mídias, como jornal, TV, internet, volantes etc.] é elemento fundamental das sociedades capitalistas, uma vez que é por meio dela que se impulsiona nos indivíduos a necessidade de consumir mercadorias. E aí começa uma ‘roda-viva”: a produção abre a possibilidade do consumo, o consumo cria a necessidade de mais produção, e assim por diante. Essa dupla criação de necessidades (a produção criando o consumo e o consumo criando a produção] gera a ‘reprodução” do sistema capitalista. quer dizer que o circuito produção-consumo não visa atender prioritariamente às necessidades das pessoas, mas sim às necessidades internas do sistema capitalista, em busca permanente de lucratividade, o que leva à mercantilização de todas as coisas.
Nesse sistema, como aponta o sociólogo contemporâneo Immanuel Wallerstein (1930-] em O capitalismo histórico, há algo de absurdo na “lógica capitalista”:
1...] acumula-se capital a fim de se acumular mais capital. Os capitalistas são como camundongos numa roda, correndo sempre mais depressa a fim de correrem ainda mais depressa. Nesse processo, algumas pessoas sem dúvida vivem bem, mas outras vivem miseravelmente, e mesmo as que vivem bem pagam um preço por isso. (p. 34.]
De forma aparentemente contraditória, esses dois aspectos — a exclusão da maior parte das pessoas da possibilidade de consumir e a permanente busca por mais lucro — estão entrelaçados a tal ponto que o filósofo francês Jean Baudrillard (1929-2007] considera que a lógica do consumo no mundo capitalista se baseia exatamente na impossibilidade de que todos consumam.
De acordo com sua análise, o consumo funciona como uma forma de afirmar a diferença de status entre os indivíduos. Veja um exemplo simples:
o fato de que alguém possua um automóvel de luxo só tem sentido se poucos indivíduos puderem tê-lo. Assim, o objeto adquirido funciona como um signo de status. Nas palavras do filósofo, ‘o prazer de mudar de vestuário, de objetos, de carro, vem sancionar psicologicamente constrangimentos de diferenciação social e de prestígio” (Para uma crítica da economia política do signo, p, 38].
A propaganda trata de assegurar essa distinção ao associar marcas e grifes a comportamentos e padrões inacessíveis à maioria da população e, mais que isso, impossíveis de ser alcançados em escala mundial, devido ao impacto que isso significaria em termos do meio ambiente. Essa impossibilidade é, evidentemente, escamoteada, pois não interessa que as pessoas tenham essa informação,

 Neoflismo
Nesse tipo de consumo alienado, movido pelo desejo do consumidor de sentir-se uma ‘exceção” em meio à multidão, ocorre algo como se a posse de um objeto satisfizesse a perda da própria identidade.
As empresas e seus departamentos de marketing sabem disso e se empenham em colocar no mercado produtos que se sucedem com uma rapidez impressionante, os quais são consumidos zelos indivíduos como forma de compensar essa 1 satisfação que sentem em relação a si próprios. tso se traduz na busca ansiosa por adquirir o que se deseja, ignorando-se a possibilidade de desejar c que já se adquiriu
Em outras palavras, o consumidor alienado age como se a felicidade consistisse apenas em uma cestão de poder sobre as coisas, ignorando o prazer obtido com aquilo que verdadeiramente ama. Como afirmou o filósofo alemão Max Horkheimer 11885_1973], “quanto mais intensa é a preocupação do indivíduo com o poder sobre as coisas, mais as coisas o dominarão, mais lhe faltarão os traços individuais genuínos” Eclipse da razão, p. 1411.
Assim, no consumo alienado não existe uma relação direta e real entre o consumidor e o verdadeiro prazer da coisa conquistada, pois o consumo transforma-se em ato obsessivo movido pelo apetite de novidade e de distinção social. E esse desesperado neofilismo [amor obsessivo pelas novidades] afeta praticamente todas as relações de que o ser humano é capaz com o mundo exterior.
Evidentemente, o neofilismo desenfreado corresponde aos interesses dos grandes produtores econômicos. Produzir objetos que logo se tornam obsoletos é um princípio fundamental da economia capitalista.
Escapar a essa armadilha do consumo não é um problema a ser resolvido apenas pela consciência e pela vontade individuais. E uma tarefa ampla que envolve a transformação dos valores dominantes em toda a sociedade. A indústria cultural e de diversão vende peças de teatro, filmes, livros, shows, jornais e revistas como qualquer outra mercadoria. E o consumidor alienado compra seu lazer da mesma maneira como compra sua pasta dental ou seu xampu. Consome os “filmes da moda” e frequenta os ‘lugares badalados”, sem um envolvimento autêntico com o que faz.
Agindo desse modo, muitos se esforçam e até pensam que estão se divertindo, querem acreditar que estão se divertindo. No entanto, “através da máscara da alegria se esconde uma crescente incapacidade para o verdadeiro prazer” [Lobsenz, citado em LOWEN, Prazer, p. 13-14].
Isso quer dizer que a lógica capitalista afeta até mesmo a relação do indivíduo com as obras de arte. Reduzidas ao nível de mercadorias, elas passam a obedecer à lei da oferta e da procura. Tornam-se puros “negócios” fabricados pela indústria cultural, expressão criada por I-Horkheimer e Theodor Adorno [1906-19691, pensadores da Escola de Frankfurt.
Assim, o que era fruto da espontaneidade criativa do sujeito — a arte — transforma-se em produção padronizada de objetos de consumo com vistas à obtenção de lucros econômicos.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

TEXTO BASE PARA O ESTUDO DIRIGIDO ( PENSAMENTO FILOSOFICO DE NIEZSCHE)



TEXTO : O PENSAMENTO FILOSÓFICO DE NIETZSCHE
            Ao falar de força, Nietzsche não faz um elogio a violência, e sim da tendência a ultrapassar resistência, observável principalmente nos seres vivos. Ser forte não é ser violento, porque quem é verdadeiramente forte não busca exterminar os outros, mas dominá-los o suficiente para manter o jogo em que os fortes podem se afirmar. Os platônicos, sobretudo cristãos, cultivariam uma atração doentia pela fraqueza e se apegariam a ele, segundo Nietzsche, em vez de lutar com as resistências que a vida lhe opõe. Fogem da luta e vivem no mundo dos sonhos, especialmente os sonhos com uma “vida melhor” na eternidade junto com Deus.
            No livro Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche oferece uma síntese de sua critica.
            A PRIMEIRA E A SEGUNDA TESES de Nietzsche tomam como ponto de partida a impossibilidade de demonstrar a existência de algumas outras realidades diferentes da nossa. Se demonstrar significa, de modo geral, Provar ou dar boas razões para acreditar naquilo que se afirmar, então se torna difícil demonstrar a existência de uma realidade diferente desta ( o mundo) , pois nada a prova rigorosamente . Por isso, o outro mundo é um não ser, é o nada, e o nada não existe. Platônicos se cristãos falaram, então do não ser, do nada, de algo que não existe. Isso é uma ilusão de óptica e ilusão ética, pois se ética é algo que se refere aos valores morais, então os platônicos e os cristãos guiaram-se por valores inventados com base em uma ilusão.
            A ilusão de ótica e de ética, comentada por Nietzsche na segunda preposição de seu texto, liga-se diretamente com o que é  dito na terceira preposição: fabular sobre outro é algo que não tem sentido e resulta de um instinto de calunia de apequenamento e de suspeita contra a vida. Esse instinto explicaria como ela é  eles sobretudo, a atitude dos cristãos, pois em vez de entra na vida (como campo de forças) e explica-la como ela é, eles se deixam levar por esse instinto de calunia e atacam os fortes, pretendo faze-los sentir-se culpados por serem fortes.
            Na quarta proposição, Nietzsche explica de outra maneira o que disse nas três primeiras, Ele afirma que dividir o mundo em dois, o Verdadeiro e o aparente, é um sintoma de decadência. Se correlacionarmos a quarta proposição com a terceira, poderemos ter já uma visão do que é decadência: em primeiro lugar, ela significa não olhar para a vida tal como ela é, mas se refugar em ilusões. Além disso, na quarta proposição, Nietzsche dá outras indicações do que é a decadência. Ela se refere a vida que está em diminuição e abatimento. Ela pode, porem retornar suas forças e revigorar-se, para tanto seria importante denunciar a ilusão platônico – cristã.
            Com efeito. Nietzsche não era um pessimista, pelo contrário, lutava pela afirmação da vida. A prova disso vem ainda da quarta, proposição, pois ele proclama aquilo que um artista pode fazer diante da decadência: em vez de chamar a realidade de aparência, pode considerar que o chamaram de aparência é o mundo mesmo: é a transformação a instabilidade, a efemeridade. A aparência seria finalmente compreendida, ela seria vista corretamente. Assumindo-a tal como ela é, o artista dia “sim” a ela, mesmo diante de tudo o que é problemático e terrível. O artista é trágico, ou seja, assume que a vida tem prazeres e dores, coisa boas e coisas difíceis. È por isso que o artista é dionisíaco: ele percebe vitalidade pôr os lados, mesmo diante dos problemas e das coisas terríveis. Pode-se mesmo afirmar que, de acordo com Nietzsche, para haver um bom filósofo, ele deve ser um artista
. Nietzsche menciona ainda o filósofo alemão Imanuel Kant e o chama de capcioso, pois, embora Kant tenha tentado construir uma filosofia não baseada em outro mundo, acabou justificando sua ética pela crença em Deus e pelo temor do castigo eterno (portanto, pela referência a um outro mundo.
  • A CONTRADIÇÃO DA CONTRADIÇÃO.
A filosofia de Frierich Nietzsche representou como ele mesmo declara, uma contradição da filosofia platônica e cristã. Isso significa que sele procurou elaborar uma filosofia oposta ao platonismo e ao cristianismo, a ponto de anula-los.
            As contradições, em Filosofia, têm um papel de grande importância, quando um filosofo procura mostrar que outro está equivocado e propõe uma nova maneira de pensar, significa que ele pretende analisar o pensamento do filósofo contradito e conduzir a uma reflexão mais apropriada a experiência humana.
            Ocorre, porém que alguns especialistas do pensamento de Platão e da história do cristianismo tem mostrado que Nietzsche, em seu esforço de contradizer o platonismo e o pensamento cristão, não operou uma analise inteiramente adequada de ambos. Dessa perspectiva, seria possível realizar uma contradição da contradição nietzschiana, a fim de chegar a conclusões filosóficas mais condizentes com os fatos históricos.
            Por exemplo, parece coerente lembrar que Platão considera as formas como identidades comuns das coisas se só diferencia o aspecto sensível do aspecto inteligível com finalidades pedagógicas, sem dividir o mundo em dois. Do lado do pensamento cristão, por sua vez, remeter a deus não significa necessariamente falar de outro mundo, uma vez que a presença divina é encontrada neste mundo e no corpo físico. O modelo divino do amor terna mesmo inadequado pensar que a religião judaica –cristã seja uma pratica que desenvolve o sentimento de culpa nas pessoas, pois a misericórdia e a compaixão são formas de valorizar a vida mesmo em seus tropeços, aumentando o gosto de viver.
            Segundo historiadores com Jean Delumeau , o tema da culpa como sentimento doentio é algo que aparece  só tardiamente  no pensamento cristão, por volta dos séculos XVI - XVII– quando se acentuam os debates  sobre  o sofrimento de Cristo levando a uma identificação exagerada com o pagamento pelas faltas humanas . Antes disso, os erros humanos ( a culpa) eram vistos como  ocasião de encontrar  a deus , a ponto de cantar , em cerimonias religiosas , o verso atribuído a Agostinho de Hipona: “ Ó culpa feliz, que trouxe  ao mundo um tão grande salvador”. Seja como for, consiste em um equívoco histórico afirmar que o sentimento de culpa pertence a natureza ou a essência do cristianismo.
            Quando ao desprezo pelo corpo, atribuído tanto a Platão como aos Cristãos, trata-se de outro exagero histórico: a atenção aos riscos da compreensão dos cinco sentidos como única fonte de conhecimento é interpretada como uma desconfiança radical com relação a corpo. Contudo, embora Platão usasse algumas expressões de grande impacto para falar do corpo (por exemplo) “túmulo da alma, elas eram metáforas do aprisionamento que a inteligência humana pode viver se acreditar que o mundo é apenas aquilo que os cinco sentidos revelam. Ademais, os corpos e as aparências físicas serem concebidos por ele como o primeiro momento em que se pode reconhecer a presença da Beleza. Os cristãos, por sua vez mesmo denunciando os riscos de confiar no corpo e de seguir  os seus impulsos , viam nele a ocasião da salvação ( o lugar do encontro com Deus)
            Gregório de Nazianzo , Platônico cristão, é um bom testemunho para confirmar a necessidade de uma revisão histórica do modo como tem sido a historiografia das tradições platônicas e cristã desde o século XIX. Ele combina tradição, lembrando que o corpo permite chegar ao que há de mais belo (Platonismo) e é parte essencial do ser humano, ressuscitando para a vida com Deus depois da porte(Fé cristã).
            Gregório de Nazianzo adota o vocabulário do amigo e do inimigo para falar do corpo, porque  alguns dos destinatários de sua obra eram os adeptos do maniqueísmo, que refletiam sobe todas coisas em termos de oposição ( como na luta  entre o Bem e o Mal. Adotando a estratégia  de falar a língua dos manqueis , Gregório  leva a perceber que no fundo, o corpo  não é um inimigo ele tem suas diferenças com relação ao eu ou ao pensamento que se sente como algo que está dentro do corpo ou que entende como algo que possui um corpo. Mas assim como em uma relação de amizade as diferenças de um amigo não fazem dele um inimigo, assim também não é contrario ao eu ou ao pensamento que unido a ele. Se o eu sente medo e duvida de certas coisas específicas de seu amigo, ao mesmo tempo ele deseja e ama.
            Esse texto de Gregório de Nazianzo permite um olhar diferente para crítica de Nietzsche aos pensamentos Platônico e cristão. Considerando também trabalhos historiadores mais atualizados, hoje é possível pensar que Nietzsche talvez não tenha obtido uma visão adequada do real platonismo de Platão, nem de sua crítica aos Platônicos que dividem o mundo em dois ou aos cristãos que defendem um desprezo do mundo e do corpo.
            Nietzsche dispunha dos recursos historiográficos do século XIX, por isso, não podia estudar nem Platão nem o cristianismo com os dados históricos e filosóficos de que dispõe hoje. Além disso, não dúvida de que Nietzsche entrou em contato com formas platônicas e cristã de pensamento que cultivam um espiritualismo prejudicial     a      inserção humana no mundo, fundado na ideia de que a alma é independente do corpo. Contra essas formas espiritualismos desencarnado, o pensamento nietzschiano guarda toda a sua atualidade. Aliais, dessa perspectiva, o Verdadeiro Platão (o da obra Platônica) e os pensadores cristão ligados as fontes bíblicas e patrísticas poderiam, sem dúvida, dialogar intensamente com o filosofo alemão.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

ESTUDO DIRIGIO ( CRESPUSCULOS DOS IDOLOS VIII, IX,X


GAMA
DRE:
CENTRO EDUCACIONAL 06
Estabelecimento de Ensino
2º / 2015
Bimestre / Ano Letivo:
Área do Conhecimento:
CIÊNCIAS HUMANAS
Atividade:
ESTUDO DIRIGIO ( CRESPUSCULOS DOS IDOLOS  III)
Série:
Turma:
 /Nº
Turno:
MATUTINO
Data:
           /12/ 2017
 

NOME:________________________________________________________

PARTE I – OBJETIVA = 1,5

  • JULGUE OS ITENS A SEGUIR BASEANDO-SE NA LEITURA DOS CAPÍTULOS  VIII, IX e X

1)      1ª PARTE : JULGUE OS ITENS ABAIXO, A PATIR DA LEITURA DOS TEXTOS. 


                 1)O cristianismo só acredita no que é bom de acordo com Nietzsche.
2)      O poder imbeceliza o homem.
3)      Nietzsche  considera que a Alemanha é uma nação chata.
4)      A Alemanha está em ascensão política e social.
5)      Na afirmação : Que é preciso a prender a escrever , descrita no item 07 do capítulo VIII, Nietzsche acha que o povo alemão é analfabeto.
6)      Nietzsche considera Rousseau pouco crítico.
7)      No capitulo IX ,afirma-se que o cristianismo é uma visão elaborada , um sistema definido.
8)      No mesmo capítulo Nietzsche faz críticas negativas aos psicólogos.
9)      Não se aprende com os gregos. Ao fazer essa afirmação , Nietzsche afirmação ,Nietzsche afirma  que os gregos são ultrapassados.
10)   Nietzsche afirma que o ser humano é feio pois degenera.
11)   Para Nietzsche,os romanos tiveram uma contribuição maior para a sociedade, do que os gregos.
12)   Nietzsche faz um elogio a academia alemã por terem lido seus livros.




13)Nietzsche sugere que para se  criar , é necessário estar embriagado.
14) No capítulo IX, Nietzsche e  faz uma dura crítica ao vício do álcool , pois de forma irônica afirma que para criar  tem que está embriagado.
15) Em parte do capitulo IX, Nietzsche faz diversas analises no campo da estética.
PARTE II – VALE  1,5
  • DAS SEIS QUESTÕES ESCOLHA CINCO E RESPONDA DE ACORDO COM OS CAPÍTULOS VIII,IX e X
A)     No capítulo VIII, Nietzsche faz uma crítica contundente ao povo alemão. Entre outras questões , ele faz a seguinte afirmação: “ O poder imbeceliza.”Assim comente a sua argumentação para tal afirmação.
B)      Comente a questão sobre o belo e o feio.(itens 19 e 20, capítulo IX)
C)      Identifique a contradição que Nietzsche observa no item 38 e comente num todo.
D)     Dentro da concepção de Nietzsche, comente a afirmação:” O Alemão não tem dedos para nuances”.
E)      No item 32, Nietzsche faz uma observação sobre o gosto filosofo. Assim cite qual é e faça um comentário sobre ela.
F)      Elabore um comentário crítico ,analisando os três capítulos lidos.





ESTUDO DIRIGIDO (LIVRO CRESPUSCULO DOS IDOLOS V,VI,VII)



GAMA
DRE:
CENTRO EDUCACIONAL 06
Estabelecimento de Ensino
2º / 2017
Bimestre / Ano Letivo:
Área do Conhecimento:
CIÊNCIAS HUMANAS
Atividade:
ESTUDO DIRIGIO ( CRESPUSCULOS DOS IDOLOS  II)
Série:
Turma:
 /Nº
Turno:
MATUTINO
Data:
           /12/ 2017
 










NOME:________________________________________________________

PARTE I – OBJETIVA = 1,5

  • JULGUE OS ITENS A SEGUIR BASEANDO-SE NA LEITURA DOS CAPÍTULOS  V, VI e VII

PARTE
1)      1ª PARTE : JULGUE OS ITENS ABAIXO, A PATIR DA LEITURA DOS TEXTOS.
(  (A) Nietzsche confirma sua aversão aos sentimentos quando afirma” Aniquilar as paixões e os desejos apenas para evitar sua estupidez.”
   (B)  A igreja não combate a paixão.
(  C)  Nietzsche faz uma comparação entre o poder da igreja com o poder dos partidos.
   (D) A moral para Nietzsche, volta-se ao instinto natural do homem.
   (E)  Nietzsche alerta para não confundir a causa e a consequência.
  (F)   A virtude é o caminho para a felicidade.
(G) Nietzsche afirma que,  o alemão tem dois grandes males  o álcool e o cristianismo.
  (H) Para fazer moral é preciso ter vontade incondicional.
  (I)    Para Nietzsche a cultura alemã está  em franco desenvolvimento.
 (J)    Nietzsche no capítulo VII, faz uma crítica construtiva ao povo alemão.
(  (K) No capitulo 05, o amor é tratado como uma forma espiritualizada.
((L)  No entendimento de Nietzsche a moral e a religião são objetos distintos.
((M)Para Nietzsche , ninguém é uma consequência.
(  (N) Nietzsche faz uma crítica construtiva a Deus.
   (O) De um certo modo, Nietzsche  prega um livre arbítrio do ser humano , numa esfera metafísica.


PARTE II – SUBJETIVA = 1,5
  • DAS SEIS QUESTÕES , ESCOLHA CINCO E RESPONDA DE ACORDO COM OS CAPÍTULOS ESCOLHIDOS.

1)     Qual a crítica que Nietzsche faz ao cristianismo em relação a paixão.


2    2)      Leia o texto do item 05 do capítulo V e faça um breve comentário sobre ele.


33)      O que seria para Nietzsche a verdadeira ruína da razão ?


   4)      Nietzsche dentro de seu espírito contestador escreveu diversas frases que  no mínimo são capciosa. Um exemplo é   essa:: “Não existe fatos morais.”  Assim faça uma crítica sobre essa afirmação concordando ou não com ela.


55)      Por que não se pode comparar ,julgar, medir e condenar o nosso ser, de acordo com as ideias de Nietzsche.



6  6)      Leia o texto do item 05 do capítulo V e faça um breve comentário sobre ele.


ESTUDO DIRIGIDO ( CREPUSCULO DOS IDOLOS , CAP I,II,III e IV)



GAMA

DRE:

CENTRO EDUCACIONAL 06

Estabelecimento de Ensino

2º / 2015

Bimestre / Ano Letivo:

Área do Conhecimento:

CIÊNCIAS HUMANAS

Atividade:

ESTUDO DIRIGIO ( CRESPUSCULOS DOS IDOLOS  I,II,III,IV)

Série:


Turma:



Turno:

MATUTINO

Data:

           /12/ 2017
 

      
GAMA
DRE:
CENTRO EDUCACIONAL 06
Estabelecimento de Ensino
2º / 2017
Bimestre / Ano Letivo:
Área do Conhecimento:
CIÊNCIAS HUMANAS
Atividade:
ESTUDO DIRIGIO ( CRESPUSCULOS DOS IDOLOS  I,II,III,IV)
Série:
Turma:

Turno:
MATUTINO
Data:
           /12/ 2017
 



NOME:________________________________________________________


  • JULGUE OS ITENS A SEGUIR BASEANDO-SE NA LEITURA DOS CAPÍTULOS I,II, III, e IV


(   A) Para Nietzsche , a vida tem pouco sentido.

    (B)  As teorias de Sócrates e Platão , estão em declínio.

(   C)  A dialética norteava o pensamento grego.

   (D) A história é apenas a crença nos sentidos.

   (E)  Para  Heráclito ,os sentidos são secundários.

(  (F)   Na concepção de Nietzsche, os filósofos gregos  não cometem idiossincrasias.

   (G) O vir-a-ser é uma estrutura estática

   (H) Para Nietzsche, o vir a ser é apenas uma forma de aparência.

(   (I)    A linguagem é enganadora.

(  (J)    Na 1º tese o argumento é a impossibilidade de existir uma outra realidade.

  (K)  Os sentidos não mentem em relação ao vir a ser.

   (L)  Para Nietzsche a história não está baseada nos sentidos.

(  (M)No item 6 do capitulo 3 , Nietzsche apresenta 4 teses.

   (N)  O mundo verdadeiro  é palpável e concreto.


( O) Para Nietzsche a razão não é conflituosa com os sentidos.
PARTE II – SUBJETIVA. VALE  = 1,5

·         DAS 6 QUESTÕES ESCOLHA 5 E RESPONDA.
1     1)            Porque Nietzsche critica Sócrates em relação a qualidade de suas idéias?



2      2)      Nietzsche , continua o seu ataque a Sócrates , criticando sua aparência entre outras questões. Assim podemos concluir que a feiúra tem relação direta com a intelectualidade? Argumente dentro do contexto do livro.


3     3)       Qual é o erro que Nietzsche aponta nas idéias de Sócrates?


4       4)       Como Nietzsche trata a questão do erro?



5       5)      Na parte 06 do 3º capítulo, elabore um comentário sobre as 4 teses expostas.




6         6)        Leia o capítulo Iv e escolha dois  aforismas e teça um comentário sobre ele.