quinta-feira, 22 de setembro de 2016

TEXTO BASE PARA TESTE AVALIATIVO 3º BIM

CENTRO EDUCACIONAL 06 – GAMA / DF
PROF: DENYS F. DA COSTA
DISCIPLINA : FILOSOFIA                                                                                      DATA: ____/_____/_____
TEXTO BASE PARA TESTE AVALIATIVO ( 2º Série)

                                                                                             DEMOCRACIA
Texto 01
Na Grécia antiga, o termo designava, basicamente, o regime do "demos".
Por extensão, a palavra democracia, originada de demokratia, passou a significar poder popular, governo do povo. A democracia, nas cidades·· gregas, só foi alcançada após longa evolução através do aristocrático, e da tirania. Atenas representa, na Grécia, o modelo democrático, enquanto Esparta, o oligárquico. Os fundamentos da democracia grega eram: a igualdade diante da lei (isonomia), o direito de receber honrarias por mérito pessoal e não pela hereditariedade, o direito de apelar aos tribunais e assembleias, o direito de votar e de participar do governo. Na prática, entretanto, a democracia grega era exercida apenas pelos cidadãos. Apenas alguns milhares, porém dela não participam os libertos, as mulheres, os metecos e os escravos.
Do Império Romano até o século XVIII, os ideais democráticos foram declinando no plano mundial à vista do sistema, quase universal, de Estados absolutistas (v. Absolutismo), nos quais o rei exercia a autoridade baseada no direito de origem divina. No entanto, em algumas regiões europeias, constatou se a ascensão de instituições políticas representativas, como aparecimento de parlamentos e outros organismos de índole democrática.
No século XVIII, o crescimento da indústria e do comércio e a consequente urbanização fizeram surgir uma classe média* e, também, uma classe trabalhadora capazes de trazerem de volta a democracia. Não obstante, esse século conheceu uma forma de autoritarismo intitulada despotismo esclarecido*, em especial na Áustria e na Rússia. No ressurgimento democrático, papéis importantes desempenharam pensadores e literatos vinculados a um movimento de ideias e princípios que se chamou Iluminismo, cuja participação nas origens intelectuais da Revolução Francesa* foi decisiva. O regime por esta instauração, de caráter burguês e libera!), estabeleceu o princípio da democracia indireta. A concepção liberal teve o seu mentor original no francês Benjamin Constant no famoso discurso "A liberdade dos antigos comparada com a dos modernos", estabeleceu os princípios da liberdade individual em relação ao Estado. Esses princípios correspondem aos ideais burgueses. No século XIX surgiu uma nova expressão, democracia cristã, definida através de organizações que, sob vários nomes, puderam ser consideradas como democratas cristãs. A democracia cristã vem sendo entendida como um movimento de caráter universal que pugna pela formação de um Estado do qual os valores do cristianismo* devem dominar e orientar a política. Os documentos de base que orientam . essa política são, essencialmente, os emanados do Vaticano, entre outros, as encíclicas Rerum Novarum, Pacem in Terris, Populorum Progressio. A democracia cristã surgiu no século XIX através de partidos políticos que defendiam os interesses da classe média, alcançando importância universal no século seguinte depois da segunda guerra mundial. Esses partidos adquiriram maior renome na. Alemanha e na Itália. O desenvolvimento econômico do pós-guerra acentuou o contraste entre a democracia liberal e a democracia social. Do ponto de vista desta última, quando os recursos econômicos fossem escassos, caberia ao Estado prover a sua justa distribuição para garantir a prosperidade. Trata-se, então, de uma democracia  consentida na qual a luta pelo poder inevitável nos outros tipos de democracia - perderia sua razão de ser. Ao promover o bem-estar público, a igualdade e o crescimento econômico, a democracia social tomaria explicável e aceitável a ausência do povo na constituição do governo. O modelo democrático perfeito, entretanto, requer a livre competição de ideias, um processo eleitoral equilibrado - o que, na verdade, alguns países têm conseguido e um alto grau de tolerância e lealdade entre os diversos grupos e interesses em confronto. Em determinados países influenciados, política ou ideologicamente, pelo socialismo - Albânia, Tchecoslováquia, Coréia do Norte, Vietnã, Hungria, China e em consequência de revoluções constituíram-se as denominadas democracias populares. De modo geral orientadas por liderança marxista, essas democracias transformaram-se ou tendem a transformar-se em ditaduras*. Uma de suas características reside na existência de vários partidos, na manutenção da propriedade privada e na indenização em caso de nacionalização. As transformações políticas e sociais operadas nas democracias populares, salvo exceção, parecem ter ocorrido de modo pacífico, sem que os direitos da burguesia tenham sido eliminados.

TEXTO 02
A política de Platão
Inimigo da democracia foi Platão, o maior dos discípulos de Sócrates. Em A república, apresenta-nos um Estado ideal desenvolvido a partir da constituição militarista de Esparta. Divide o Estado em três classes: os governantes, exército e o povo.
Esta última classe (formada por artesãos, agricultores, comerciantes, profissionais liberais e escravos) não lhe merece o menor respeito. Totalmente exclui do governo, devem curvar-se às leis que lhes são impostas. Nem lhes cabe buscar consolo na religião dos antepassados. Criada pelo Estado, a religião comparece como poderoso instrumento de domínio bem como a literatura e as artes. Embora duramente reprimido, compete ao povo suprir o Estado da produção pastor- agrícola e industrial.
Aos incorporados no exército são negados quaisquer direitos privados. Não podem ser proprietários, não podem constituir família e o Estado controla a horas de lazer. A união sexual tem como finalidade única a procriação, sendo os casais e a data das conjunções determinadas pelo Estado por critérios políticos e de eugenia. A educação começa desde a infância e é, em todas as etapas, controlada pelo Estado para os interesses deste e não do indivíduo. Também o exército permanece excluído do governo. Velar pela segurança externa e interna é a sua única função. A admissão da mulher no exército e na educação, que poderia ser considerada um progresso, visa, contudo, aos exclusivos interesses do Estado.
            A classe dos governantes é constituída pelos filósofos, recrutados entre os militares, depois dos cinquenta anos. Únicos detentores da verdade, compete-lhes legislar autoritariamente o Estado sem vigilância de outra classe. Já que os conteúdos metafísicos aos quais devem adequar as leis lhes são minuciosamente prescritos, suspeitamos que já não lhes cabe o nome de filósofos a eles atribuído. Se tomamos Sócrates como protótipo de filósofo, os governantes da República, presos a um sistema preconcebido e rígido, não se parecem nada com ele. Assemelham-se antes a sacerdotes de uma religião secreta, dogmaticamente elaborada pelo fundador.
Platão localiza na psique três seções correspondentes à divisão do Estado: a razão, a vontade e as paixões. Cabe à razão descobrir as leis que regem o homem, a tarefa da vontade é executá-las, espera-se que as paixões as cumpram. A vontade regida pelas paixões leva a desmandos semelhantes aos que ocorrem no Estado governado pelo povo.
Como se vê, os mesmos motivos que requerem um Estado autoritário submetem o corpo ao imperativo da razão. O homem é cópia do Estado a que está subordinado.
Esta política e esta psicologia expelem da República os poetas, cultores dos senti mentos. Como poderia tolerá-los quem organiza um Estado aristocrático que recorre à razão para dominar? Não admira que as simpatias caiam sobre a poesia marcial de Tirteu.
Boa ilustração do sistema platônico vê-se no “mito da caverna”. Imaginem- se escravos algemados desde sempre com o rosto voltado para o fundo da caverna. O sol que brilha fora projeta sobre a superfície rochosa as sombras dos que passam pela abertura. Os escravos, por não terem tido outro contato com a realidade senão as sombras moventes, não admitem a existência de outros seres além destes. Ocorre que um dos escravos se liberta e busca a luminosidade exterior. No primeiro instante, os raios do sol o cegam. Habituando porém, à luz, percebe o mundo verdadeiro de quem apenas conhecia as sombras, tidas como reais. A alegria da descoberta o faz retornar à prisão para denunciar o mundo de ilusões em que todos vivem. Os companheiros, tomando-o como insolente, o matam ofendidos.
Na alegoria platônica, a caverna sombria é o nosso mundo cotidiano percebido pelos sentidos O sol é a luz da verdade a iluminar essências eternas (as ideias) de que apenas percebemos sombras móveis. Libertar-nos das impressões sensoriais, Para vermos as coisas como realmente são, é tarefa dos filósofos. A turba ignara e revoltada, preferindo a ilusão dos sentidos à luz da verdade, silencia os arautos da suprema sabedoria.
A imagem do homem comum não poderia ser mais negra.
DONALDO SCHÜLLER. Literatura grega, p. 77-9.
Texto : 03
PLATÃO: O GOVERNO DOS FILÓSOFOS
                Platão era uma família aristocrática e por parte de sua mãe, Perictione, descendia de Sólon, o grande legislador ateniense . ele viveu durante o período de decadência da democracia de Atenas, por isso chegou a pensar que aquela forma de democracia não fosse uma boa forma de governo. Platão pensava que os melhores e mais capazes são  os que deveriam governar a cidade, ao contrário do que ocorria na democracia, na qual qualquer cidadão poderia ser eleito e assumir o governo, tivesse ele ou não capacidade e preparo para isso.
Dedicou-se então a pensar qual seria a melhor forma de governar e, entre os vários pretendentes a governante, qual seria o mais bem preparado. O pensamento político de Platão foi trabalhado principalmente em três de seus diálogos: A república, dedicado a pensar sobre a perfeita organização de uma cidade; O político, cujo tema é o conhecimento e necessário ao político no exercício de um governo bom e justo; e As leis, em que discute a ação dos cidadãos e a constituição de leis que regulem essas ações, visando ao bem de todos.
No diálogo A república Platão afirma que a pessoa mais bem preparada para governar é o filosofo, uma vez que ele é capaz de, por meio do exercício da razão, contemplar a ideia de justiça e assim governar justamente. Isso levou-o a afirmar que, para que haja um bom governo, ou reis se tornam fil6sofos ou os filósofos se tornam reis. Uma cidade perfeita seria aquela governada pelos mais sábios, praticantes da filosofia donos de um caráter racional; os detentores de um caráter irascível (colérico, que se irrita facilmente), por serem corajosos, se dedicam à proteção e segurança da comunidade; e aqueles de caráter concupiscível (ambicioso) seriam os responsáveis pela produção dos bens necessários à sobrevivência de todos. Uma cidade assim organizada, administrada com justiça, possibilitaria que cada um fosse feliz, vivendo da maneira mais adequada a seu caráter, ao mesmo tempo que contribui para a comunidade de acordo com suas capacidades. Graças a soma das capacidades de todos , a cidade seria autossuficiente e feliz.

TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO:
 FILOSOFIA , EXPERIÊNCIA DO PENSAMENTO- GALLO,Sílvio


segunda-feira, 5 de setembro de 2016