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CENTRO EDUCACIONAL
06 – GAMA / DF
PROF: DENYS F. DA
COSTA
DISCIPLINA : FILOSOFIA DATA:
____/_____/_____
TEXTO BASE PARA
TESTE AVALIATIVO ( 2º Série)
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DEMOCRACIA
Texto 01
Na Grécia antiga, o termo designava, basicamente, o
regime do "demos".
Por extensão, a palavra democracia, originada de
demokratia, passou a significar poder popular, governo do povo. A democracia,
nas cidades·· gregas, só foi alcançada após longa evolução através do
aristocrático, e da tirania. Atenas representa, na Grécia, o modelo
democrático, enquanto Esparta, o oligárquico. Os fundamentos da democracia
grega eram: a igualdade diante da lei (isonomia), o direito de receber honrarias
por mérito pessoal e não pela hereditariedade, o direito de apelar aos
tribunais e assembleias, o direito de votar e de participar do governo. Na
prática, entretanto, a democracia grega era exercida apenas pelos cidadãos.
Apenas alguns milhares, porém dela não participam os libertos, as mulheres, os
metecos e os escravos.
Do Império Romano até o século XVIII, os ideais
democráticos foram declinando no plano mundial à vista do sistema, quase
universal, de Estados absolutistas (v. Absolutismo), nos quais o rei exercia a
autoridade baseada no direito de origem divina. No entanto, em algumas regiões europeias,
constatou se a ascensão de instituições políticas representativas, como
aparecimento de parlamentos e outros organismos de índole democrática.
No século XVIII, o
crescimento da indústria e do comércio e a consequente urbanização fizeram
surgir uma classe média* e, também, uma classe trabalhadora capazes de trazerem
de volta a democracia. Não obstante, esse século conheceu uma forma de
autoritarismo intitulada despotismo esclarecido*, em especial na Áustria e na
Rússia. No ressurgimento democrático, papéis importantes desempenharam
pensadores e literatos vinculados a um movimento de ideias e princípios que se
chamou Iluminismo, cuja participação nas origens intelectuais da Revolução
Francesa* foi decisiva. O regime por esta instauração, de caráter burguês e
libera!), estabeleceu o princípio da democracia indireta. A concepção liberal
teve o seu mentor original no francês Benjamin Constant no famoso discurso
"A liberdade dos antigos comparada com a dos modernos", estabeleceu
os princípios da liberdade individual em relação ao Estado. Esses princípios
correspondem aos ideais burgueses. No século XIX surgiu uma nova expressão,
democracia cristã, definida através de organizações que, sob vários nomes,
puderam ser consideradas como democratas cristãs. A democracia cristã vem sendo
entendida como um movimento de caráter universal que pugna pela formação de um
Estado do qual os valores do cristianismo* devem dominar e orientar a política.
Os documentos de base que orientam . essa política são, essencialmente, os
emanados do Vaticano, entre outros, as encíclicas Rerum Novarum, Pacem in
Terris, Populorum Progressio. A democracia cristã surgiu no século XIX através
de partidos políticos que defendiam os interesses da classe média, alcançando
importância universal no século seguinte depois da segunda guerra mundial.
Esses partidos adquiriram maior renome na. Alemanha e na Itália. O
desenvolvimento econômico do pós-guerra acentuou o contraste entre a
democracia liberal e a democracia social. Do ponto de vista desta última,
quando os recursos econômicos fossem escassos, caberia ao Estado prover a sua
justa distribuição para garantir a prosperidade. Trata-se, então, de uma democracia consentida na qual a luta pelo poder
inevitável nos outros tipos de democracia - perderia sua razão de ser. Ao
promover o bem-estar público, a igualdade e o crescimento econômico, a
democracia social tomaria explicável e aceitável a ausência do povo na
constituição do governo. O modelo democrático perfeito, entretanto, requer a
livre competição de ideias, um processo eleitoral equilibrado - o que, na
verdade, alguns países têm conseguido e um alto grau de tolerância e lealdade
entre os diversos grupos e interesses em confronto. Em
determinados países influenciados, política ou ideologicamente, pelo socialismo
- Albânia, Tchecoslováquia, Coréia do Norte, Vietnã, Hungria, China e em consequência
de revoluções constituíram-se as denominadas democracias populares. De modo
geral orientadas por liderança marxista, essas democracias transformaram-se ou
tendem a transformar-se em ditaduras*. Uma de suas características reside na
existência de vários partidos, na manutenção da propriedade privada e na indenização
em caso de nacionalização. As transformações políticas e sociais operadas nas
democracias populares, salvo exceção, parecem ter ocorrido de modo pacífico,
sem que os direitos da burguesia tenham sido eliminados.
TEXTO 02
A política de Platão
Inimigo da democracia foi Platão, o maior dos discípulos de Sócrates. Em
A república, apresenta-nos um Estado ideal desenvolvido a partir da constituição
militarista de Esparta. Divide o Estado em três classes: os governantes,
exército e o povo.
Esta última classe (formada por artesãos, agricultores, comerciantes, profissionais
liberais e escravos) não lhe merece o menor respeito. Totalmente exclui do
governo, devem curvar-se às leis que lhes são impostas. Nem lhes cabe buscar
consolo na religião dos antepassados. Criada pelo Estado, a religião comparece
como poderoso instrumento de domínio bem como a literatura e as artes. Embora
duramente reprimido, compete ao povo suprir o Estado da produção pastor-
agrícola e industrial.
Aos incorporados no exército são negados quaisquer direitos privados.
Não podem ser proprietários, não podem constituir família e o Estado controla a
horas de lazer. A união sexual tem como finalidade única a procriação, sendo os
casais e a data das conjunções determinadas pelo Estado por critérios políticos
e de eugenia. A educação começa desde a infância e é, em todas as etapas,
controlada pelo Estado para os interesses deste e não do indivíduo. Também o
exército permanece excluído do governo. Velar pela segurança externa e interna
é a sua única função. A admissão da mulher no exército e na educação, que
poderia ser considerada um progresso, visa, contudo, aos exclusivos interesses
do Estado.
A
classe dos governantes é constituída pelos filósofos, recrutados entre os
militares, depois dos cinquenta anos. Únicos detentores da verdade,
compete-lhes legislar autoritariamente o Estado sem vigilância de outra classe.
Já que os conteúdos metafísicos aos quais devem adequar as leis lhes são
minuciosamente prescritos, suspeitamos que já não lhes cabe o nome de filósofos
a eles atribuído. Se tomamos Sócrates como protótipo de filósofo, os
governantes da República, presos a um sistema preconcebido e rígido, não se
parecem nada com ele. Assemelham-se antes a sacerdotes de uma religião secreta,
dogmaticamente elaborada pelo fundador.
Platão localiza na psique três seções correspondentes à divisão do
Estado: a razão, a vontade e as paixões. Cabe à razão descobrir as leis que
regem o homem, a tarefa da vontade é executá-las, espera-se que as paixões as
cumpram. A vontade regida pelas paixões leva a desmandos semelhantes aos que
ocorrem no Estado governado pelo povo.
Como se vê, os mesmos motivos que requerem um Estado autoritário
submetem o corpo ao imperativo da razão. O homem é cópia do Estado a que está
subordinado.
Esta
política e esta psicologia expelem da República os poetas, cultores dos senti
mentos. Como poderia tolerá-los quem organiza um Estado aristocrático que recorre
à razão para dominar? Não admira que as simpatias caiam sobre a poesia marcial
de Tirteu.
Boa ilustração do sistema platônico vê-se no “mito da caverna”.
Imaginem- se escravos algemados desde sempre com o rosto voltado para o fundo
da caverna. O sol que brilha fora projeta sobre a superfície rochosa as sombras
dos que passam pela abertura. Os escravos, por não terem tido outro contato com
a realidade senão as sombras moventes, não admitem a existência de outros seres
além destes. Ocorre que um dos escravos se liberta e busca a luminosidade
exterior. No primeiro instante, os raios do sol o cegam. Habituando porém, à
luz, percebe o mundo verdadeiro de quem apenas conhecia as sombras, tidas como
reais. A alegria da descoberta o faz retornar à prisão para denunciar o mundo
de ilusões em que todos vivem. Os companheiros, tomando-o como insolente, o
matam ofendidos.
Na alegoria platônica, a caverna sombria é o nosso mundo cotidiano
percebido pelos sentidos O sol é a luz da verdade a iluminar essências eternas
(as ideias) de que apenas percebemos sombras móveis. Libertar-nos das
impressões sensoriais, Para vermos as coisas como realmente são, é tarefa dos
filósofos. A turba ignara e revoltada, preferindo a ilusão dos sentidos à luz
da verdade, silencia os arautos da suprema sabedoria.
A imagem
do homem comum não poderia ser mais negra.
DONALDO
SCHÜLLER. Literatura grega, p. 77-9.
Texto : 03
PLATÃO: O GOVERNO DOS
FILÓSOFOS
Platão
era uma família aristocrática e por parte de sua mãe, Perictione, descendia de
Sólon, o grande legislador ateniense . ele viveu durante o período de
decadência da democracia de Atenas, por isso chegou a pensar que aquela forma
de democracia não fosse uma boa forma de governo. Platão pensava que os melhores e mais capazes são os que deveriam governar a cidade, ao
contrário do que ocorria na democracia, na qual qualquer cidadão poderia ser
eleito e assumir o governo, tivesse ele ou não capacidade e preparo para isso.
Dedicou-se
então a pensar qual seria a melhor forma de governar e, entre os vários
pretendentes a governante, qual seria o mais bem preparado. O pensamento
político de Platão foi trabalhado principalmente em três de seus diálogos: A
república, dedicado a pensar sobre a perfeita organização de uma cidade; O
político, cujo tema é o conhecimento e necessário ao político no exercício de
um governo bom e justo; e As leis, em que discute a ação dos cidadãos e a
constituição de leis que regulem essas ações, visando ao bem de todos.
No diálogo A
república Platão afirma que a pessoa mais bem preparada para governar é o filosofo,
uma vez que ele é capaz de, por meio do exercício da razão, contemplar a ideia
de justiça e assim governar justamente. Isso levou-o a afirmar que, para que
haja um bom governo, ou reis se tornam fil6sofos ou os filósofos se tornam
reis. Uma cidade perfeita seria aquela governada pelos mais sábios, praticantes
da filosofia donos de um caráter racional; os detentores de um caráter irascível
(colérico, que se irrita facilmente), por serem corajosos, se dedicam à
proteção e segurança da comunidade; e aqueles de caráter concupiscível
(ambicioso) seriam os responsáveis pela produção dos bens necessários à
sobrevivência de todos. Uma cidade assim organizada, administrada com justiça,
possibilitaria que cada um fosse feliz, vivendo da maneira mais adequada a seu
caráter, ao mesmo tempo que contribui para a comunidade de acordo com suas
capacidades. Graças a soma das capacidades de todos , a cidade seria
autossuficiente e feliz.
TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO:
FILOSOFIA , EXPERIÊNCIA DO
PENSAMENTO- GALLO,Sílvio