segunda-feira, 8 de maio de 2017

TEXTO BASE PARA PROVA ORAL 1º ANO ( CONJECTURA SOBRE O MITO

CENTRO EDUCACIONAL 06/GAMA DF
TEXTO BASE PARA AVALIAÇÃO ORAL  DO  BIMESTRE.
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CONJECTURAS SOBRE O MITO
            Embora sejamos naturalmente propensos ao filosofar, uma vez que a razão é potencialidade inerente a todo ser humano, a forma filosófica de ver o mundo não é a nossa primeira atitude diante da realidade. Por isso, para compreender a origem existencial da Filosofia, de como acontece o processo de filosofar na existência pessoal de cada um de nós  e para compreendermos processo histórico de nascimento da filosofia, é preciso compreender o que a antecede, tento na história e na cultura circundante, quanto na sua própria existência pessoal. Pense, por exemplo, em uma criança. Ela tem em si a potencialidade para a filosofia, mas essa potencialidade jamais irá despertar se antes não houver um significativo tempo e cultivo de outro saber que, vindo antes, prepara o filosofar. Assim, será na formação da consciência mítica que se inicia o caminho que poderá levar a consciência filosófica.

·         A IDENTIDADE DO MITO

O MITO É UM SISTEMA DE COMUNICAÇÃO, É UMA MENSAGEM. EIS POR QUE NÃO PODERIA SER UM CONCEITO OU UMA IDEIA: ELE É UM MODO DE SIGNIFICAÇÃO, UMA FORMA(...) JÁ QUE O MITO É UMA FALA, TUDO PODE CONSTRUIR UM MITO, DESDE QUE SEJA SUSCETÍVEL DE SER JULGADO POR UM DISCURSO. O MITO NÃO SE DEFINE POLO OBJETO DE SUA MENSAGEM, MAS PELA MANEIRA COMO A PROFERE. O MITO TEM LIMITES FORMAIS, MAS NÃO SUBSTANCIAIS.
BARTHES, Roland

            A primeira forma de apreensão do real é uma espécie de intuição compreensiva. Diante da infinita grandeza e mistério dos fenômenos naturais ( sol, chuva, trovão raio , etc.) e diante das situações limites , representadas pelos mistérios da doença e da morte, o ser humano encontra-se perplexo , inseguro.
Em nossa existência, encontramo–nos inicialmente, marcados pelo espanto, pela admiração, pela dúvida, pela incerteza. Em decorrência desse estado, diante do mistério marcado por profunda insegurança pessoal, recorremos, primeiramente, à narrativa mítica, que passa a ser uma mensagem.
            Assim, a linguagem mítica é um constituinte do ser humano que se situa em um plano diferente da razão argumentativa.
            Na narrativa mística, encontramos segurança para a nossa perturbação inicial. Sem saber das origens, vivendo uma experiência de impotência ignorância inicias, atribuímos a origem de toda as coisas a foça dos deuses ou de Deus supremo. Dessa forma a narrativa mítica apaziguá o espírito inquieto. E da cultura Sendo a primeira forma de consciência do ser humano, a consciência mítica começa a ordenar e organizar o mundo. Assim a formação dos mitos obedece uma necessidade inerente do ser humano e da cultura, considerando os limites da razão e dada a essencial incompletude de nossa condição humana, também afetada pela dinâmica da emoções, da efetividade e descrenças. Portanto, nós não somos somente, nem sequer somos em primeiro lugar, seres racionais. Nossa primeira natureza é irracional e intuitiva que nascerá a narrativa mítica.
           

·         AS FUNÇÕES DO MITO.
Normalmente, o mito vem definido como advindo da função que exerce. Nesse sentido o mito é uma intuição compreensiva da realidade, uma forma espontânea de situarmos no mundo, expressando a capacidade inicial de compreende-lo. Por isso, as raízes do mito estão na razão, mas na realidade vivida, pré-reflexiva das emoções e da afetividade. Apoiada em uma lógica intuitiva, imaginativa, que surge a partir de imagem e é fortalecida pelo afeto explicamos a realidade concreta, conferindo significado e ordem a um mundo aparentemente caótico e desorganizado.
            Sendo narrativa pronunciada para ouvintes que a recebem como verdadeira, o mito traz a marca da fé e da confiança. Assim, a verdade do mito está relacionada a confiança na pessoa do narrador, a sua autoridade, Acredita-se que o poeta narrador seja um escolhido dos deuses, iluminado pelos deuses que lhe inspiraram sobre a origem dos acontecimentos passa e lhe passaram a responsabilidade de transmitir essa verdade para as gerações presentes e futuras. Sua palavra é sagrada, porque vem de uma revelação divina. Dessa forma, o mito se apresenta incontestável, inquestionável, marcado pela ausência da percepção de contradições.
            Sob a foram de relatos fáceis de entender os são transmitidos de geração em geração, porque assim os ancestrais o prescreveram. Os mitos cumprem uma importante função social, ao reforçarem a coesão, alimentando a identidade de grupo, a identidade comunitária. Por isso o cenário do mito é sempre a vida comunitária que o alimenta. Enquanto o mito mantiver a força de identificação dos indivíduos e da comunidade, ele permanecerá muito vivo. É a força do mito consiste precisamente no fato de a narrativa se referir a própria história da comunidade, as suas origens.
            Essa narrativa mítica fazem parte da tradição cultural de um povo. Por isso, não são produto de um autor específico de um indivíduo isolado que, em determinado momento, sentou-se e as escreveu. Se considerarmos as principais fontes da mitologia grega, chegaremos a Homero e Hesíodo. A existência histórica de Homero é muito questionada. Estudos modernos afirma que Homero é um nome coletivo e não um indivíduo histórico, particular. Homero é conhecido como o autor da Ilíada e Odisseia, por volta do século IX a.C.
            Os mitos antigos ou primordiais exerciam uma função não só de explicar o mundo e as relações humanas, mas de transmitir um ideal de educação, essencial para a formação dos jovens. Através das narrativas míticas, as gerações mais velhas ensinavam as gerações mais novas como eles deveriam ser para se tornarem excelentes. OS heróis e deuses transmitiam modelos exemplares de conduta para serem seguidos. Esse modelo estava presente na areté ( virtude) de cada heróis.
            Considerando que os mitos primitivos são narrativas sobre a origem das realidades, origem que se encontra nas alianças ou rivalidades entre os deuses, segue um exemplo de como o mito narra a origem do mundo e de tudo o que existe. Em primeiro lugar, o mito localiza a origem das realidades nas relações amorosas  entre os deuses.

Texto retirado do livro filosofia por uma Inteligência da Complexidade de Celito Meier 

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